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Educação, Espiritualidade e Desenvolvimento Socioemocional

Este livro é uma decorrência de um evento acadêmico ocorrido em Outubro de 2021, de forma online, intitulado de “VI Seminário de Formação Continuada de Professores de Ensino Religioso – Tema: Espiritualidade, Felicidade e Educação”, em parceria com o Centro Beatitude (Centro de Espiritualidade, Psicologia e Bem Viver), Programa de Pós-Graduação da Faculdades EST/RS e o Grupo de Estudo e Pesquisa FIDELID/UFPB/CNPq (Formação – Identidade – Desenvolvimento-Liderança de Professores que atuam no Ensino Religioso)/Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões (PPGCR/UFPB) e apoio das Secretarias Municipais de Educação de João Pessoa e da cidade de Bayeux – PB. Na ocasião, foram desenvolvidas palestras e Grupos de Trabalhos (GTs) com focos na Espiritualidade, Respeito e Diversidade no Ensino Religioso, Mindfulness, Currículo e Ensino Religioso, Felicidade na Promoção do Bem Estar, Ensino Religioso e Educação Inclusiva, Metodologias Ativas e Espiritualidade, Mindfulness, Felicidade a Partir da Psicologia, Filosofia e Teologia.

A emergência do conceito de “espiritualidade não religiosa”: contribuições de obras de referência terminológica

Este artigo analisa a emergência da noção e do conceito de espiritualidade não religiosa em obras de caráter terminológico, no âmbito da teologia e das ciências das religiões. Para tanto, considera o conceito geral de espiritualidade e específico de espiritualidade não religiosa, em obras de referência técnicas como dicionários, compêndios, léxicos, enciclopédias, produzidos desde a década de 1980. Em linhas gerais, seguiu-se os passos de Gil (1995) a respeito de uma pesquisa bibliográfica como vários tipos de leituras: exploratória, seletiva, analítica e interpretativa. A leitura seletiva foi realizada em duas etapas. Na leitura exploratória inicial, encontramos 35 obras de referência terminológica, mas apenas 7 satisfizeram os critérios de inclusão e exclusão da amostra. Nas obras de teologia analisadas, foram preponderantes os aspectos normativos, de crescimento na vida de piedade pessoal e comunitária, a partir da perspectiva cristã. Nas obras de ciências da religião, prepondera a leitura do fenômeno pelo viés do não religioso, tendo por base as disciplinas de psicologia, de sociologia e de história da religião. Em todos os dicionários analisados, observou-se um viés positivo da espiritualidade que se atém ao transcendente, ainda que este seja uma metáfora de Deus, de uma divindade ou mesmo da superação do si mesmo para uma dimensão mais ampla da vida.

Espiritualidade e Neurociência: possibilidades práticas nos dias de hoje

A neurociência tem apresentado diversas descobertas sobre o funcionamento do cérebro humano e como este se comporta em situações catalogadas como espirituais. Nesse sentido, este artigo considera a relação existente entre a religião, espiritualidade e neurociência e pergunta como esta nova compreensão pode contribuir para as práticas de espiritualidade existentes e novas. Partimos da hipótese de que a prática da espiritualidade gera mudanças em partes do cérebro que estão ligadas com reações químicas e biológicas, que leva a mudanças comportamentais da pessoa e, por consequências, no seu entrono social. O amor é analisado como uma dessas mudanças comportamentais e espirituais. O artigo está organizado da seguinte forma: caracterizamos e descrevemos o conceito de espiritualidade e as experiências que a compreendem; apresentamos as compreensões que a neurociência tem construído a respeito da espiritualidade; e, na última parte, compartilhamos algumas reflexões sobre a prática da espiritualidade nos dias de hoje.

Silêncio e Mindfulness: perspectivas para o desenvolvimento de uma espiritualidade cristã

O corrente estudo incursionará na identificação das características centrais da mentalidade ocidental em C. G. Jung, objetivando sondar até que ponto estaria o Ocidente preparado para abraçar as visões presentes nas filosofias e religiões orientais, notadamente no que se refere à compreensão do ser humano integral e ao necessário enfrentamento do ego no processo de individuação. Sustentar-se-á que as práticas do silêncio devocional (conforme Merton e Grün) e da meditação (mindfulness) podem nutrir este ver-se-um, de modo que este encontro colabore positivamente para o desenvolvimento de uma espiritualidade cristã.

Mindfulness e Espiritualidade como Estratégica de Enfrentamento em Situações de Crise

A pandemia da Covid-19 provocou grandes perdas, gerou angústia e sofrimento, obrigou a humanidade a encontrar novas respostas frente à situação urgente e inusitada. Como lidar com essas situações a partir da espiritualidade e a partir da psicologia? Como desenvolver estratégias de enfrentamento da crise e como colocar isso a serviço de pessoas, grupos e da comunidade? Uma das tentativas de responder a essa questão foi a oferta de um curso de extensão combinando de forma experimental mindfulness e espiritualidade. Considerando essa proposta, os objetivos principais deste artigo é apresentar o mindfulness e a espiritualidade como propostas estratégicas de enfrentamento de crises como a pandemia. Além da introdução, onde o impacto da pandemia é brevemente esboçado e a proposta do curso de extensão é apresentada, o artigo está organizado em duas partes e a conclusão. Na primeira parte se defi ne o mindfulness e como ele pode contribuir para situações de crise como a pandemia. Na segunda parte, se faz o mesmo com a espiritualidade. Na conclusão, destacam-se algumas percepções sobre o papel do mindfulness e da espiritualidade no enfrentamento da pandemia e aponta-se para possibilidades futuras de aproximação entre mindfulness e espiritualidade.

Soul e a saúde psico-espiritual: uma análise fílmica das possíveis contribuições para Saúde a partir da Psicologia Cognitivo-Comportamental e da Espiritualidade

Percebe-se através da mídia, no período pós-pandêmico, uma busca por conexão de sentido para enfrentar situações adversas, manejar as emoções e lidar com a complexidade da vida. Esta busca tem forte relação com a espiritualidade e o bem-estar psicoemocional. Este artigo tem, como objetivo, refletir sobre saúde psico-espiritual a partir da Psicologia Cognitivo-Comportamental
e da espiritualidade, tomando como exemplo o ser humano caracterizado na animação Soul. O artigo está organizado em quatro partes. Na primeira parte, faz-se uma análise fílmica da animação Soul, descrevendo a sua narrativa e apresentando os seus personagens. Na segunda e terceira partes, trata-se da Psicologia Cognitivo-Comportamental e da espiritualidade como promotoras de saúde. Na quarta e última parte, à guisa de conclusão, aponta-se para possibilidades de pensar a saúde psico-espiritual a partir dos exemplos trazidos pela animação. Em termos metodológicos, far-se-á, a partir de revisão bibliográfica, uma conceituação de elementos como a Psicologia Cognitivo-Comportamental, a espiritualidade e a saúde, enquanto base para se refletir sobre a saúde psico-espiritual. Além disso, analisar-se-á o filme Soul, a partir de elementos da análise fílmica e da hermenêutica da religião vivida.

O Velho e o Mar: quando literatura, teologia, espiritualidade e resiliência se abraçam

No livro O Velho e o Mar (1952), de Ernest Hemingway, encontramos uma identificação completa do homem com o mar – “a vida dos saveiros” e “a casa deles todos” (Jorge Amado) -, da qual nascem outros sentimentos mais complexos e, talvez, até mais profundos. Esse artigo, ao considerar a forma como o autor transforma os acontecimentos da vida de um velho pescador em matéria estética e refletir sobre a representação do envelhecimento humano através do texto literário, destaca a questão da espiritualidade e resiliência a partir da personagem central do livro, o velho pescador Santiago. Partindo de pesquisa bibliográfica, após apresentar uma síntese do livro, destaca a amizade de Santiago com Manolin, seu amigo que nunca deixou de visitá-lo e ajudá-lo, e a questão da espiritualidade e resiliência relacionadas com o processo do “cuidado de si”, algo que se constrói ao longo da vida e possibilita criar um caminho para o envelhecimento com melhor qualidade de vida e com propósitos.

As melhores coisas do mundo: um olhar sobre a adolescência a partir do cinema na perspectiva da teologia prática e da psicologia

O objetivo deste estudo é refletir sobre a adolescência e a juventude no Brasil a partir da descrição de um produto da cultura pop, o filme “As melhores coisas do mundo”, de Laís Bondansky. O filme direciona o nosso olhar e fornece os temas a partir dos quais analisaremos a adolescência e a juventude como espelhos da cultura e da sociedade. Nosso ponto de vista, por outro lado, não é neutro. Toma-se duas perspectivas bem específicas: uma é da psicologia cognitivo comportamental de terceira onda, dando especial atenção às crenças e o papel do mindfulness focando em um estado de atenção plena no momento presente e de aceitação e abertura a novas experiências e a outra é da teologia prática, especificamente olhando o papel da espiritualidade subentendida e sutil na cultura, a hermenêutica da religião vivida. Os resultados desse estudo serão, portanto, interpretações a respeito da adolescência e da juventudade, suas potencialidades e vulnerabilidades, que possam subsidiar tanto a psicologia quanto a teologia prática, bem como áreas afins.

Emoções, Artes e Intervenção: crianças e jovens em risco

Artigo: A produção do curta-metragem por adolescentes – da aprendizagem ao sentido da vida.
Por CUNHA, Rita de Cássia da Silva; e ADAM, Júlio Cézar.
Páginas 247 – 261

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